
Comprei um caderno novo – não resisti – e não quero escrever nele pra não estragar. Não é ridículo?
Escolhi um com a capa de Paris. Providencial e sugestivo.
Adoro cadernos. Especialmente, cadernos novos. Tenho um fraco por eles e acabei juntando quase uma coleção.
Mas tenho dó de usar. Eu tenho dessas coisas.
Acho que tem a ver com a minha ex-mania de perfeição.
Estou treinando aceitar minha imperfeição sem medo, pra conseguir acabar com essa mania.
Também adoro diários. Acho que é porque adoro cadernos.
O diário me ajuda a organizar meus pensamentos, me conhecer melhor, registrar coisas que provavelmente não lembrarei com tanta nitidez no futuro. É um lugar onde eu existo plenamente. Uma parte de mim. Um exercício de ser, de saber, de florescer.
Hoje é o 13º dia do desafio de fazer algo durante 10 a 15 min todos os dias. Minha escolha foi desenhar e estou firme, sem falhar nehum dia, embora algumas vezes me dê a maior preguiça.
Eu arrumei uma agenda pra fazer meus desenhos e é muito legal folheá-la e ver, dia-a-dia, a minha produção. Assim fica mais difícil falhar, porque senão uma folha vai ficar sem desenho. É como criar uma recompensa por cumprir um combinado. O combinado é desenhar todos os dias e a recompensa é ver a agenda completa.
Cada vez que folheio a agenda e a vejo cheia com meus desenhos, um prazer enorme me invade e tenho mais vontade ainda de continuar sem parar.
Acabei criando um círculo virtuoso.