
Uso muita couve em casa.
Todas as manhãs, faço um suco de coisas boas misturadas com prána e coloco 2 folhas de couve para bater junto. Já compartilhei por aqui a receita.
Vão de 2 a 3 maços por semana. É bastante.
Então, resolvi plantar para ter sempre, sem precisar depender da compra semanal no varejão.
Comprei um saquinho de sementes, arrumei uma floreira, preparei a terra, fiz os buraquinhos e plantei várias sementinhas. Reguei e dei banhos de sol conforme as instruções do pacote. Dei carinho e atenção também e alguma conversinha.
Tirei a erva daninha que começou a povoar a terra.
Depois de várias semanas, um brotinho, pequeno e frágil, começou a despontar. Verdinho, verdinho.
Só um. Unzinho.
De todas as sementes que plantei, das várias que cuidei, reguei, incentivei e esperei, só uma vingou.
Nasceu assim, como quem não quer nada e foi aparecendo e abrindo os braços para o sol, cada vez maior, mais verde, mais robusto, mais forte.
Acho que os sonhos são assim também.
Precisamos ter muitos deles enfeitando nossas cabeças, nossos corações e nossas vidas.
Eles devem ser regados, alimentados, nutridos, iluminados pelo sol. Precisam ficar arejados e temos que conversar com eles todos os dias. Pensar neles. Vê-los com nossos olhos de dentro. Fazê-los sentir-se abraçados, desejados, cuidados.
Temos que afastar deles as palavras daninhas, os palpites de olhos gordos, para que não sufoquem e tenham espaço para crescer, se desenvolver e criar raízes fortes.
Temos que trabalhar neles e por eles.
Todos os dias. Todas as manhãs. Todas as noites. Sempre. Continuamente.
Um dia, um deles, unzinho, vai começar a sair do sonho pra virar vida de verdade.
O sonho é a semente.